O que a Bíblia e a Ciência dizem sobre a Origem do Homem?

     
      Tem-se falado e escrito muito sobre o ser humano; no entanto, ainda não se conhece o homem tão bem como se poderia conhecer. Na Grécia Antiga, no Templo de Delfos, havia uma inscrição que era notada por todos que visitavam a pitonisa na esperança de saber o seu futuro: “conhece-te a ti mesmo”. Esta frase destacava a importância do homem conhecer-se para ter o entendimento das coisas que o rodeiam. Isto significa que o maior mistério de todos seria o próprio homem mesmo: quando o ser humano pudesse desvendar todos os mistérios sobre sua existência e solucionar todas as questões acerca da sua identidade, objetivo e destino, todos os outros mistérios a inquietar-lhe a mente seriam mais fáceis de resolver.
     
     Conta-se que Scheleiermacher, filósofo e teólogo alemão, estava tarde da noite, sentado num jardim, quando um guarda noturno o abordou perguntando: “Quem é o senhor?” – “Ótima pergunta. Eu gostaria de saber”, respondeu o filósofo. 

     Temos que concordar com Carl Gustav Jung, quando disse: “O homem é um enigma para si mesmo”.
     O apostolo Paulo também afirmou que não se conhecia tão bem como gostaria, mas sabia que existia Alguém que o conhecia melhor do que ele mesmo e que o faria se entender tão bem como era entendido (1Co 13. 12). 

    Ninguém melhor para entender o homem do que seu próprio Criador. É o que Davi descobriu e registrou no Salmo 139 nos versículos 1, 2, 4, 13-16. Este trecho, na versão da Bíblia Viva assim diz: 

“Senhor, tu examinaste a fundo a minha alma e conheces todas as coisas a meu respeito. Tu sabes o que acontece comigo quando estou descansando ou quando estou caminhando. Tu conheces de longe cada um dos meus pensamentos. Tu sabes tudo o que vou dizer antes de a palavra ser formada em minha boca”.
“Tu criaste todas as partes internas do meu corpo; Tu uniste todas essas partes para formar o meu corpo, enquanto eu ainda estava no ventre de minha mãe. Eu te agradeço por teres me criado de maneira tão perfeita e maravilhosa! O teu trabalho é um verdadeiro milagre e na minha alma sei disso muito bem. Tu conhecias perfeitamente cada parte do meu corpo enquanto eu ainda estava sendo formado no ventre de minha mãe, como a semente que cresce embaixo da terra. Antes mesmo de o meu corpo tomar forma humana Tu já havias planejado todos os dias da minha vida; cada um deles estava registrado no teu livro!”
 
    Sim, Deus sabe tudo a nosso respeito. Foi Ele mesmo quem planejou nossa vida. Ele se preocupa com todos os mínimos detalhes dela. Creio que se nós nos conhecêssemos como Deus nos conhece, poderíamos não somente nos entender melhor, mas nos relacionar com nosso próximo de forma melhor também. Sei que Deus não se agrada com o preconceito, a desconfiança e o desprezo que impera em muitas das relações interpessoais que mantemos. Por isso, a melhor forma de podermos nos conhecer melhor é tentar saber um pouco do que Deus sabe de nós. Para isso ser possível é só Fazer três coisas: (A) Pedir a Ele este conhecimento: “Faze-me conhecer, Senhor...” (Sl 39. 4); (B) Requerer dEle a resposta à estas perguntas: “que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?” (Sl 8. 4); e, por fim, (C) Estudar o que Deus revelou na sua Palavra escrita sobre este assunto.

    Quem estuda a antropologia teológica (matéria que aborda o que as Escrituras ensinam sobre o homem, assunto desta presente lição), verá que o segundo assunto mais importante na Bíblia é o homem. Ora, se a teologia é o estudo de Deus e seus relacionamentos com as coisas criadas, podemos então inferir disso que Deus e o homem são seus temas principais, posto que o relacionamento mais importante que Deus mantém é com o homem. Portanto, podemos declarar que a teologia se resume no que a Bíblia fala sobre Deus (que é o seu primeiro assunto principal), sobre o homem (seu segundo assunto principal) e sobre o relacionamento entre Deus e o homem (assunto este que norteia todas as demais matérias teológicas). 

     Durante toda a história da humanidade o ser humano vem se perguntando: “Quem sou eu? De onde vim? Para onde eu vou? Qual meu objetivo e motivo da minha existência?” Devemos nos apoiar em uma autoridade inquestionável que nos dê a segurança de uma resposta verdadeira. A Bíblia, a Filosofia e a Ciência têm respostas diferentes para cada uma destas perguntas. Durante os séculos elas têm se oferecido apara ajudar o homem a se entender e dado sua palavra para responder a cada um destes questionamentos, cada uma com uma teoria diferente da outra, disputando a confiança e a atenção do homem em resolver as questões que lhe alvorotam a alma e lhe inquietam o espírito. 

     Cremos que a origem de todos os questionamentos filosóficos veio das perguntas que o homem fez a si próprio sobre si mesmo.

     As tentativas dos filósofos em descrever e em definir o homem chegaram às definições que você vai ver abaixo: 

Ø Platão disse que o homem é um bípede sem penas;
Ø Aristóteles afirmou que o homem é um animal sociável;
Ø Unamuno sugeriu que o homem fosse apenas um animal de carne e ossos que buscava a imortalidade, sem nunca encontrá-la;
Ø Alan Watts disse que o homem é um ego revestido de carne;
Ø Nietzsche disse que o homem é mais macaco do que qualquer macaco;
Ø Molièere ensinou que o homem é um animal vicioso;
Ø La Mettire, afimou que o homem era uma máquina, um mecanismo destituído de alma;
Ø William Hazlitt disse que o homem é o único animal que ri e chora.
Não cremos que Deus definiria o homem de acordo com os filósofos acima. Mas muitos filósofos fizeram uma imagem do homem de acordo com o que viram em si mesmos, por exemplo:
Ø O homem econômico: Marx;
Ø O homem instintivo: Freud;
Ø O homem angustiado: Kierkegaard;
Ø O homem utópico: Bloch;
Ø O homem existente: Heidegger;
Ø O homem falível: Ricoeur;
Ø O homem hermenêutico: Gadamer;
Ø O homem egoísta: Holbach;
Ø O homem problemático: Marcel;
Ø O homem cultural: Gehlen;
Ø O homem religioso: Luckmann

     Sem dúvida, várias são as facetas do ser humano, o que destaca sua complexidade e caráter especial único. O homem não pode se conhecer plenamente, a menos que haja uma revelação. 

     Vejamos as tentativas da ciência em definir o ser humano. Elas se resumem numa citação que tiramos de um livro que enfatiza o que a ciência evolucionista, a biologia e a astronomia deduzem ser o ser humano. A frase é a seguinte: 

     “É preciso estar afetado por um antropocentrismo verdadeiramente incurável para crer que a menor importância possa estar ligada à raça de micróbios pensantes que habitam um globo imperceptível que gravita em torno desse Sol” (CORTE, Nicolas. AS ORIGENS DO HOMEM, pág. 119. Livraria Editora Flamboyant, 1958). 

     Note bem: De acordo com a frase acima, somos definidos: (1) como “micróbios pensantes”, pela biologia evolucionista; (2) a “habitantes de um globo imperceptível que gravita em torno deste Sol”, pela astronomia e (3) a seres afetados “por um antropocentrismo verdadeiramente incurável” por pensarmos que a menor importância possa ser dada à espécie humana, definição esta dada pelos filósofos evolucionistas. Por certo que estes conceitos sobre o homem estão incompatíveis com o conteúdo bíblico. 

     No decorrer do nosso comentário sobre a presente lição, abordaremos outras teorias que a ciência postula acerca do ser humano, refutando-as biblicamente. Antes, vale ressaltar o que disse Nicolas Berdyaev: “O homem sem Deus deixa de ser homem”. 

     Antes de iniciar a aula, pergunte a seus alunos o que a ciência e a filosofia dizem para responder a pergunta: “Quem (ou o que) é o homem?”  Os seguintes questionamentos para discussão em classe são aconselháveis: 

(1) Por que o homem é tão misterioso? 

(2) O que o homem tem de tão especial nele?

(3) Por que nas definições da filosofia e da ciência o homem é tão desvalorizado?

(4) Qual o conceito se harmoniza melhor com a verdade sobre o homem? Da Bíblia, da ciência ou da filosofia? 

(5) Como você definiria o homem?

     Aconselhamos que o amado professor que lê estas palavras estude com afinco a lição, pesquisando, sobretudo estes dois assuntos: a teoria evolucionista de Charles Darwin e a teoria do Big-bang. Um bom livro teológico ou um estudo bíblico de um site na Internet que aborde estes temas seria viável, por oferecer o que a ciência diz e logo em seguida dar a refutação bíblica à teoria. 

     Hoje a fé cristã é combatida por teorias científicas que buscam solapar a integridade da verdade revelada, desprezando aquilo que está acima do homem. O racionalismo tem feito muito pelo homem, no entanto, também tem feito com que o homem negue sua natureza religiosa quanto submete tudo à altura da razão, fazendo-o se esquecer dAquele que está acima de tudo e de todos. A fé não impede que sejamos racionais, pelo contrário, a fé melhora em muito nosso método de raciocínio e fortalece nosso senso cognitivo. Onde a razão não pode ir a fé vai, acompanhada da Revelação Escrita e do bom senso. 

     Temos muitos estudantes do conhecimento secular em nossas classes de EBD, estudantes que têm recebido ensinamentos que contrariam a verdade bíblica. Isto significa que será necessário uma forte base bíblica para demonstrar a falência das teorias da “falsamente chamada ciência” (1Tm 6. 20). 

     PENSAMENTO PARA REFLEXÃO: Enquanto o filósofo define o homem como um animal pensante; o cientista, como um erro da natureza, e o astrônomo, como um amontoado de matéria, Deus diz que o homem é seu maior e melhor plano em toda a criação. Deus é a fonte do homem, e o homem é a obra-prima de Deus, o ápice do plano criador. Se o homem define-se a si próprio como algo sem sentido é porque se define sem levar em conta Quem o fez e o propósito maior de sua existência: adorar, servir e viver para sempre ao lado do seu Criador. 

     O escultor francês Augusto Rhodim incentivou a auto-reflexão humana quando fez a estátua que chamou de “O Pensador”. Ele esculpiu um homem sentado em uma posição de quem está a questionar-se sobre si mesmo, com a mão ao queixo, olhando para baixo, como quem se pergunta: “de onde eu vim?”. Até hoje ninguém soube dar a resposta a esta pergunta e durante os milênios ela continua um mistério insondável. No entanto, temos a resposta deste mistério na própria estátua que Rhodim fez. Note que o homem esculpido olha para o chão enquanto pensa - Foi de lá que ele veio! Rhodim deu uma pista para a resposta que os homens até hoje buscam encontrar. Esta resposta Rhodim encontrou na revelação de Deus, a Bíblia, onde está dito que “formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou nas suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn 2. 7). Ainda que somos pó, Deus nos olha e cuida como um pai solícito (Sl 103. 13, 14; Is 44. 21; 49. 15; Jr 31. 3, 9, 20; Rm 5. 8; 1Jo 4. 9). 

     Muitos hoje em dia não encontram propósito na existência exatamente pelo fato de que desconsideram Deus em seus pensamentos e modos de vida. Esta insatisfação e pessimismo que muitas vezes aflora nas obras humanas reflete uma necessidade não suprida, evidenciando um inconformismo com o estado atual em que o homem encontra-se. Disse certo escritor que “sejam verdadeiras ou não todas as outras coisas, esta é incontestável: o homem não é o que deveria ser”. 

     O ateísmo e o humanismo têm se esforçado para consolar o homem que não acha propósito na vida sem levar em conta um Ser superior a ele mesmo, que o criou e o sustenta. Enquanto o ateísmo tira Deus do lugar central na vida do homem, o humanismo coloca o homem no centro do seu próprio mundo, substituindo o próprio Deus, fazendo o homem ser a medida de todas as coisas e o seu próprio rei. Mesmo assim a insatisfação de muitos ainda perdura, chegando ao ponto de Aurelius Augustine (conhecido como “Agostinho, bispo de hipona”), escrever, entre suspiros: “Ó Senhor, tu nos criaste para ti e nossos corações não descansarão até encontrar descanso em ti”. Gerald Larue concordou com Agostinho, quando afirmou que “o conselheiro humanista não pode dar a certeza de pecados perdoados, de culpa aliviada, de vida além da morte, de um Deus amoroso ou de um Jesus cuidadoso”. 

     Sim, somente a Palavra de Deus tem a resposta de que o homem precisa para suas dúvidas e conflitos. Os questionamentos que afligem o homem são dirimidos por seu supremo Criador, quando o homem sai do trono de sua própria vida e coloca quem é de direito estar lá: Deus. 

     O poderoso rei Nabucodonosor foi castigado por orgulhar-se de ter construído o império babilônico, esquecendo-se que quem lhe deu esta autoridade havia sido Deus. O próprio Deus o avisou antes que acontecesse tal evento (Dn 4. 1-22), que tinha como objetivo fazer o rei reconhecer Aquele que está acima de todos (vv. 25, 26) e arrepender-se de seus pecados (v. 27). No entanto o rei não acreditou e ignorou o aviso de Daniel, até que tudo o que foi previsto veio a acontecer com ele (vv. 28-33), quando ele reconheceu a supremacia divina, foi curado e restabelecido, no momento em que deu toda a glória devida a Deus (vv. 34-37). Este mesmo episódio serviu de exemplo para o rei Belsazar, quando Daniel o advertia sobre a profanação do nome de Deus e suas conseqüências (Dn 5. 18-31). 

     Muitos até hoje têm seguido o exemplo de Belsazar, mesmo sabendo das conseqüências. Querem se conhecer tirando Deus de suas vidas. Gabam-se, se vangloriam, se exaltam, se endeusam... Esquecem-se de Deus e perdem o sentido na vida, parecendo-se e até definindo-se a si mesmos como animais. 

     Ao estudarmos o que a Bíblia diz acerca do homem, veremos como Deus responde à pergunta “o que é o homem?” e de que forma pode o homem se conhecer melhor, mostrando que a Bíblia tem a resposta para os problemas humanos, superior às respostas da ciência e da filosofia. 

I. O QUE É O HOMEM
     O homem é a obra prima de Deus (Gn 1. 26). Mesmo sendo inferior quanto ao poder aos anjos, o homem é revestido de singular importância quanto sua posição dentre todas as demais criaturas de Deus, sendo posto por seu Criador para ser representante maior de Deus no mundo material por Ele criado (Sl 8. 4-9). A Bíblia dá as características do homem como um ser cuja origem explica-se pela intervenção do próprio Deus, como segue abaixo. De acordo com o que depreendemos de Gn 1. 26, 27 e 2. 7 o homem pode ser considerado: 

1. Criatura de Deus. A atual classificação dos seres vivos, isto é, a taxinomia, formulada originalmente pelo naturalista sueco Carolus Lennaeus (1707-1778), considera um conjunto de caracteres e se baseia no conceito de espécie, unidade fundamental para essa classificação. A partir daí, grupos aparentados foram formados em ordem crescente, chamados de grupos taxonômicos, classificados por ele em: gênero (reunião de espécies), família (reunião de gêneros), ordem (reunião de famílias), classe (reunião de ordens), ramo (reunião de ordens em botânica) e/ou filo (reunião de ordens em zoologia). A reunião de todos os ramos ou filos forma o reino. Daí dizem os cientistas evolucionistas que o homem é a espécie mais evoluída do reino animal. No entanto, mostra-nos a Bíblia o homem como sendo uma das criaturas de Deus. A classificação de Linnaeus somente comprova cientificamente que o homem é superior a todos os outros seres criados no que diz respeito à sua complexidade e singularidade. Vejamos: 

     Em primeiro lugar, pesquisas científicas executadas no projeto Genoma têm mostrado que o homem é um ser sem igual. Os geneticistas Sir Walter Bodmer e Robin McKie, apelidaram o genoma de “Livro do Homem”. Mas ler esse livro não é uma tarefa simples. “Uma coleção de livros de instruções mais importante do que essa jamais será encontrada pelos seres humanos”, afirma James Watson, um dos cientistas reconhecidos pela descoberta da estrutura da agora famosa molécula DNA”. O projeto genoma nada mais é do que a decodificação das informações de todo o código do DNA humano, (chamado pelo mesmo nome – genoma) com vistas de se aproveitar as descobertas que daí surgirem para se aplicar na medicina, genética, biologia, etc. O Dr. James Watson é da opinião que “quando forem finalmente interpretadas (as informações do genoma, oriundas do DNA), as mensagens genéticas codificadas nas nossas moléculas fornecerão as derradeiras respostas a respeito dos suportes químicos da existência humana”. Pesquisas sobre o genoma humano mostraram que o desenvolvimento do embrião no ventre materno segue este “Livro de instruções” do começo ao fim em seu desenvolvimento embrionário, durante toda a gestação, e até o nascimento e subseqüentemente pelo resto de toda a vida extra-uterina. 

     É interessante notarmos o paralelo bíblico, quando o rei Davi, que reinou em 1.025-985 a.C (por tanto, mais de 3.030 anos antes de nós existirmos) quando ele escreveu, falando com seu Criador: “tu me viste antes de eu ter nascido. Os dias que me deste para viver foram todos escritos no teu livro quando ainda nenhum deles existia” (Sl 139. 16 – Nova Tradução na Linguagem de Hoje, NTLH). Será que Davi já sabia o que muitos milênios depois de sua vida seria descoberto pelos cientistas, que o embrião desenvolve-se seguindo um “Livro de instruções” genético individual? Cremos que não. Davi não era cientista, Davi era um profeta (2Sm 23. 2), e Deus lhe revelava com milênios de antecipação o que a genética descobriu e confirmou. Dizem os geneticistas que se toda a informação genética contida neste “Livro de instruções” (genoma) humano fosse escrita em um livro, se passaria um terço de toda a vida para lê-lo integralmente. Deve ser por isso que no mesmo capítulo Davi desabafa, sobre as maravilhas de Deus: “Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta, que não a posso atingir” (Sl 139. 6, Almeida Revista e Corrigida - ARC). Sabe porque tal ciência é maravilhosíssima para Davi? Por que um livro que ele passaria uns 20 anos lendo sem parar era inteiramente conhecido por Deus em cada palavra e vírgula, por assim dizer. 

     Outrossim, as pesquisas do genoma remontaram às informações do código genético do primeiro ser humano que existiu e as descobertas que alguns cientistas verificaram são impressionantes: 

(1) Originalmente o ser humano apareceu como um casal, no entanto, não se sabe se macho e fêmea apareceram um após o outro ou juntos e ainda, se um ou mais casais apareceram de uma só vez (a Bíblia, no entanto sabe, veja Gn 1. 27 e 5. 2); 

(2) A cor da pele dele(s) era avermelhada (interessante saber que a pronuncia da palavra hebraica Adam, que significa “homem” é semelhante á pronuncia da palavra hebraica que significa “vermelho”, que e edom, que vem da mesma raiz etmológica); 

(3) As informações genéticas do DNA se assemelham muito com a dos habitantes que vivem nas regiões do continente africano, onde as pesquisas há muito tempo já afirmavam que foi o lugar onde a humanidade nasceu e se espalhou pelo mundo, especificamente na região da Mesopotâmia, lugar chamado de “berço da civilização”, onde alguns especulam ter sido a provável localização do Jardim do Éden. 

(4) Neste DNA primitivo estavam as características das outras “raças humanas”, como a do africano, a do asiático, a do germânico, etc. Isto confirma o que se diz em At 17.26. 

     Resumindo, veja o que está registrado no livro da Sociedade Torre de Vigia, intitulado “Há um criador que se importa com você” de 1998, pág. 98: “Em anos recentes, os cientistas pesquisaram a fundo os genes humanos. Comparando os padrões genéticos humanos ao redor da Terra, eles encontraram evidências claras de que todos os humanos têm um ancestral comum, uma fonte do DNA de todas as pessoas que já viveram e de cada um de nós. Em 1988, a revista Newsweek apresentou essas descobertas numa matéria intitulada: “Em busca de Adão e Eva”. Esses estudos baseavam-se num tipo de DNA mitocondrial, material genético transmitido apenas pela mulher. Informações de 1995 acerca de pesquisas em DNA masculino apontaram para a mesma conclusão: “Houve um ancestral ‘Adão’, cujo material genético no cromossomo [Y] é comum a todo homem que hoje existe na Terra”, como disse a revista Time. Sejam exatas, ou não, em todos os detalhes, essas descobertas ilustram que o relato em Gênesis é de alta credibilidade, de autoria de Alguém que esteve presente na época”. 

     Em segundo lugar, várias pesquisas mostram que o homem não pode ser produto do acaso. Na matemática, os dados mostram uma probabilidade que nem mesmo em trilhares de anos poderia acontecer. De acordo com os cálculos matemáticos, a possibilidade do universo e do ser vivo surgirem do acaso é tão impossível quanto uma única pessoa ganhar na loteria um milhão de vezes o prêmio máximo! As proteínas necessárias para a vida possuem moléculas muitíssimo complexas. Qual é a probabilidade de até mesmo uma molécula simples de proteína se formar ao acaso num caldo orgânico (como afirma a teoria científica)? Os evolucionistas reconhecem que é de apenas uma em 10113 (1 seguido de 113 zeros). Mas qualquer acontecimento que tenha uma probabilidade em apenas 1050 é rejeitado pelos matemáticos como jamais ocorrendo. Tem-se uma idéia das probabilidades envolvidas no fato de que o número 10113 é maior do que o total estimado de todos os átomos no universo! Isto significa que o acaso é o pior meio de explicar a origem do universo e da vida. Além disso, várias experiências comprovaram muitas falhas nos postulados da teoria darwiniana, como a geração espontânea, a seleção natural, a transmissão de características adquiridas, o nascimento de novas espécies e a origem do homem derivada de um primata ou símio que por sua vez se originou de um protozoário unicelular há milhares de anos atrás. Vejamos as bases da evolução e suas refutações dadas por outras experiências posteriores, no campo da química, biologia e genética:
(1) A geração espontânea. A geração espontânea é um dos postulados da teoria da evolução que diz que a vida pode aparecer pelo acaso, em estado molecular através de matéria bruta, abiótica. Quando Darwin publicou seu livro “A Origem das Espécies”, em 1859, muitos citavam a suposta geração espontânea das bactérias como apoio da evolução e como explicação da origem da vida. No mesmo ano, o cientista francês Pouchet supostamente “provou” que os microorganismos procediam da água, do ar e do feno. Outro cientista francês, Louis Pasteur, contudo, questionou tais afirmações, mostrando que as bactérias transportadas pelo ar em partículas de pó poderiam ter infetado as experiências de Pouchet, permitindo assim que as bactérias que já existiam ali se multiplicassem, não que aparecessem espontaneamente. 

     Sem se deixar abater, Pouchet repetiu suas experiências, desta vez no ar isento de poeira dos montes Pireneus. Ademais, ferveu sua mistura de feno e água a fim de matar quaisquer bactérias porventura existentes. Assim, quando esta mistura logo pululou de bactérias, ele sentiu-se seguro de que por fim provara a geração espontânea. Na década de 1870, contudo, o cientista irlandês, John Tyndall, descobriu que as bactérias do feno formavam esporos resistentes ao calor que podem sobreviver à fervura por muitas horas. Coitado do Pouchet! Sua mistura de feno não fora devidamente esterilizada. As experiências de Tyndall ministraram assim um golpe de morte na teoria da geração espontânea, provando que a vida não pode ser gerada por si mesma nem por meio de matéria bruta. Vida só pode nascer de outra vida. Este processo é chamado de biogênese, e é ilustrado em (Jó 33. 4; Sl 36. 9; 104. 30; Jo 1. 4; 8. 12). 

     As experiências de Louis Pasteur também provaram a farsa da geração espontânea, quando fez um experimento com frascos de vidro com gargalo em forma de pescoço de cisne. Um líquido nutritivo deixado ao ar livre num frasco de vidro aberto é rapidamente contaminado por germes. Mas quando colocado num frasco que termina no formato do pescoço de um cisne, o mesmo líquido permanece sem contaminação. Por quê? 

     A explicação de Pasteur era simples: ao passar pelo gargalo, as bactérias no ar se depositavam na parede do vidro, de modo que o ar chegava estéril ao líquido. Os germes que se desenvolviam num frasco aberto não eram produzidos espontaneamente pelo líquido nutritivo, mas transportados pelo ar. 

     Para provar a importância do ar no transporte de micróbios, Pasteur foi ao Mer de Glace, uma geleira nos alpes franceses. Numa altitude de mais de 1.800 metros, ele abriu frascos vedados e os expôs ao ar. Dos 20 frascos, apenas um ficou contaminado. Daí, ele foi ao sopé das montanhas Jura e repetiu a experiência. Ali, numa altitude muito mais baixa, oito frascos se contaminaram. Ele provou com isso que, devido ao ar mais puro das maiores altitudes, havia menos risco de contaminação. 

     Com essas experiências, Pasteur demonstrou convincentemente que a vida só vem de vida já existente. Nunca surge espontaneamente, ou sozinha. 

     François Dagognet, filósofo francês que se está especializando em Ciências, comenta que ‘os adversários de Pasteur, tanto materialistas como ateus, criam que poderiam provar que um organismo unicelular pudesse surgir de moléculas em decomposição. Isso lhes permitia excluir Deus da criação. Para Pasteur, porém, não havia nenhuma passagem possível da morte para a vida’. 

     Até hoje, todas as provas dos experimentos, da história, da biologia, da arqueologia e da antropologia continuam a confirmar o que Pasteur demonstrou: a vida só vem de vida preexistente, não de matéria inanimada. E as provas mostram claramente também que a vida se reproduz “segundo a sua espécie”, conforme declara a narrativa do Gênesis. A prole é sempre da mesma “espécie”, ou tipo, que a dos pais. — Gênesis 1:11, 12, 20-25. 

     Ciente ou não disso, pelo seu trabalho, Louis Pasteur forneceu provas e testemunho fortíssimos contra a teoria da evolução e a favor da absoluta necessidade de um criador para que a vida surgisse na Terra. Seu trabalho refletiu o que o humilde salmista reconheceu: “Sabei que Jeová é Deus. Foi ele quem nos fez, e não nós a nós mesmos.” — Salmo 100:3. 

(2) Seleção natural. “As mutações... são a base da evolução”, declara The World Book Encyclopedia (Enciclopédia Mundial do Livro). Similarmente, o paleontólogo Steven Stanley chamou as mutações de “as matérias-primas” da evolução. E o geneticista Peo Koller declarou que as mutações “são necessárias ao progresso evolutivo”. Este processo é chamado de “natural” querendo afirmar que não existe uma mente por trás de tal fenômeno, mesmo que esta maneira de interpretar tal ocorrência esteja distorcida. Entretanto, não é bem qualquer tipo de mutação que a evolução exige. Robert Jastrow indicou a necessidade de “lento acúmulo de mutações favoráveis”. Adicionou Carl Sagan: “As mutações — alterações súbitas na hereditariedade — procriam a verdade. Fornecem a matéria-prima da evolução. O ambiente seleciona algumas espécies mais propícias à sobrevivência, resultando em uma série de transformações lentas de uma forma de vida para outra, originando novas espécies”. 

     A própria biologia atual nega a seleção natural. Ela mais parece uma lei fixa por uma mente superior do que um mecanismo que age pelo acaso, quando cientificamente bem interpretada. Aí está a diferença. Veja a descrição dada pelo próprio Darwin que reconheceu a necessidade de alguma força projetista e atribuiu tal tarefa à seleção natural. “A seleção natural”, disse, “procura a cada instante e em todo o mundo, as variações mais sutis; repele as que são nocivas, conserva e acumula as que são úteis”. Este conceito, todavia, está perdendo crédito, atualmente, devido ao ceticismo de muitos cientistas e sua obstinação em defender tal absurdo, de que a seleção natural é dirigida não por uma inteligência superior, mas por si mesma. A revista Norte-americana Science (Ciência) publicou certa vez: “As espécies possuem deveras a capacidade de sofrer pequenas modificações em suas características físicas e em outras, mas isto é limitado, e, numa perspectiva mais longa, reflete-se na oscilação em torno de uma média biologicamente já definida”. Assim, então, o que as coisas vivas herdam não é a possibilidade de contínua mudança, mas, ao invés, é (1) a estabilidade, e (2) os âmbitos limitados de variação. Isto não é “seleção natural” é adaptação, renovação (Sl 104. 30). Esta questão da variedade apenas no âmbito da espécie explica algo que influenciou o modo original de pensar de Darwin sobre a evolução. Quando estava na ilha de Galápagos, observou certo tipo de ave chamado tentilhão. Estas aves eram do mesmo tipo que sua espécie progenitora do continente sul-americano, de onde, pelo visto, emigraram. Mas havia curiosas diferenças, tais como no formato do bico. Darwin interpretou isto como a evolução em progresso. Mas, em realidade, nada mais era do que outro exemplo de variação no âmbito da espécie, permitida pela constituição genética do animal. Os tentilhões ainda continuavam sendo tentilhões, não se transformavam em outra coisa, e jamais se transformariam, apenas se adaptaram ao meio continuando a ser a mesma espécie (Sl 104. 30). 

     Assim, o que Gênesis afirma no seu capítulo 1, versos 11, 12, 21, 24, 25, que cada ser foi criado “segundo a sua espécie” acha-se em plena harmonia com os fatos científicos. Quando você planta sementes, elas produzem somente “segundo as suas espécies”, de modo que pode plantar uma horta com confiança na fidedignidade de tal lei. Quando gatos procriam, sua prole é sempre de gatos. Quando os humanos se tornam pais, seus filhos são sempre humanos. Há variação na cor, no tamanho e na forma, mas sempre dentro dos limites da espécie. Já viu pessoalmente algum caso diferente? Nem foi visto por outros. A seleção natural nada mais é que adaptação, e não um indício de mutação. 

(3) Transmissão das características adquiridas. É a tese de Darwin que afirma que os animais escolhidos pela seleção natural como os mais aptos à sobrevivência transmitem suas características genéticas hereditárias e as características adquiridas mais desenvolvidas para a geração seguinte e assim por diante. Esta tese afirma que estas características são adquiridas pelos pais e transmitidas por eles aos filhos através da herança genética contida no DNA. 

     O DNA se localiza principalmente no núcleo da célula. Ao longo de sua estrutura parecida a uma escada, o DNA contém os “genes”. Um gene é uma parte ou seção da molécula de DNA que tem que ver com a orientação da formação duma característica hereditária específica, tal como a cor da pele ou dos olhos, a forma dum traço fisionômico, uma característica da personalidade, e assim por diante. Uma característica adquirida por um ser que é classificado como apto para a sobrevivência por ter sido separado pela seleção natural e por isso desenvolvido uma característica superior, ao passar esta “nova característica” à sua descendência (aos seus filhos por exemplo) promove uma considerável mutação, o que supostamente demonstra a veracidade da evolução. 

     Mas, qual é a origem das mutações? Julga-se que a maioria delas ocorra no processo normal de reprodução celular. Experimentos, porém, demonstraram que também podem ser provocadas por agentes externos, tais como a radiação e substâncias químicas. E com que freqüência ocorrem? A reprodução do material genético na célula goza de notável coerência. Falando-se de modo relativo e levando-se em conta o número de células que se dividem em algo vivo, as mutações não são mui freqüentes. Como comentou a Encyclopedia Americana, a reprodução “das cadeias de DNA que compõem um gene é notavelmente exata. Constituem acidentes raros as reproduções ou cópias erradas”. 

     Uma das experiências que Mendel usou para provar que a tese da transmissão de características adquiridas não são transmitidas aos descendentes pelo material genético dos pais foi fatal para a teoria Darwiniana. Mendel selecionou alguns casais de camundongos e cortou-lhes as caldas, esperou gerarem descendentes e observou que seus filhos não nasceram sem a calda. Ele cortou a calda dos filhotes recém-nascidos dos casais de camundongos e os cruzou, esperou a terceira geração nascer e comprovou que não nasceram sem as suas caldas também. De acordo com Darwin, o certo era que os filhotes da união de camundongos que não tinham calda gerassem naturalmente filhotes que nascessem sem também possuir esta parte do corpo. Coisa que não aconteceu, pois as características adquiridas não afetam o material genético do indivíduo, o qual ele transmitirá aos seus descendentes, o que impossibilita que uma nova espécie surja de uma hora para outra ou em milhares de anos. 

Em terceiro lugar, o próprio Einstein aceitava relutantemente a teoria de que a vida e o universo poderiam surgir do acaso, pois ele, como um dos maiores cientistas de todos os tempos, sabia que a maior evidência apontava o contrário. No livro escrito por Norman Geisler, Enciclopédia de Aplologética, Editora Vida, em suas páginas 140 e 300 o autor revela que: 

“     Mesmo Einstein não foi capaz de encontrar uma explicação para a equação da relatividade geral que não exigisse um início ou um Criador para o universo. Mais tarde ele escreveu seu desejo ‘de saber como Deus criou o universo’. Na verdade, até Hawking (outro cientista) levanta a questão de quem ‘deu partida às equações’ e detonou o universo (ou seja, quem deu impulso à explosão do big-bang)”.
(...) “Há uma estranha ironia quanto à visão de Deus sustentada por Darwin (que era panteísta). Sua aceitação relutante quanto a teoria do big-bang para a origem do universo deveria afastá-lo da sua posição panteísta para uma posição mais teísta. Pois Einstein não conseguiu encontrar uma explicação para sua equação da relatividade geral que não exigisse um princípio ou um Criador para o universo. Até mesmo o físico antiteísta do final do século XX, Stephen Hawking, faz a pergunta sobre quem ‘acendeu as equações’ e detonou o universo”.
“... Einstein se opôs à evidência crescente de uma origem por meio de uma grande explosão (big-bang), talvez por perceber suas implicações teístas. Para evitar esta conclusão, Einstein acrescentou um ‘fator indeterminante’ a suas equações e acabou sendo humilhado mais tarde quando sua fraude foi descoberta. Felizmente, ele admitiu seu erro e concluiu que o universo foi criado. Então, escreveu sobre seu desejo de saber como Deus criou esse mundo. Disse: ‘Não estou interessado nesse ou naquele fenômeno, no espectro nesse ou daquele elemento. Quero conhecer seu [de Deus] pensamento, o resto é detalhe’, escreveu Einstein”. 

     Outrossim, os paleontólogos comprovam que os registros fósseis evidenciam que os seres vivos apareceram inexplicavelmente de forma repentina: “O professor Lee Conte, da Universidade da Califórnia, opinou: ‘A evidência que hoje possuímos, com base na geologia, é que as espécies animais vieram à existência subitamente e completamente perfeitas’. Joachim Barrude, geólogo suíço, declarou: ‘A composição da fauna verdadeira parece ter tido o propósito específico de contradizer tudo quanto as teorias evolucionistas nos tentam fazer acreditar, no tocante à primeira aparição e primitiva evolução das formas de vida a face da terra’. O professor W. Branco, do Instituto de Paleontologia de Berlim, Alemanha, disse: ‘A paleontologia nada nos revela sobre o assunto (da evolução do homem pelo primata). Ela desconhece quaisquer ancestrais do homem. Todas as provas mais recentes, colhidas até o momento, mostram que o homem apareceu de imediato, como homem verdadeiro e completo’ (BOYER. Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. Editora Vida. Págs. 662, 663, com adaptações). 

     No livro de Gleason Archer, Enciclopédia de Temas Bíblicos, Editora Vida, pág. 50, existe também uma importante citação científica: “G. C. Simpspon conclui que cada uma das 32 ordens de mamíferos apareceram de repente no registro peleontológico. “Os membros mais primitivos e mais antigos de cada espécie tinham já suas características básicas, e nenhum caso se conhece de uma seqüência contínua aproximada que partiu de uma espécie para outra”. 

     Além de todos estes dados, devemos também lembrar que na antropologia cultural existe dados de muitos povos e culturas diferentes que nas suas tradições conservam uma história que muito se parece com os relatos de Gênesis caps. 1-6, como os egípcios, os antigos babilônios, os habitantes de Nova Guiné, os aborígines da Austrália, etc. Algumas pessoas afirmam que estes relatos de Gênesis foram tirados das mitologias pagãs, mas as diferenças nos relatos e o caráter monoteísta da história bíblica firma sua veracidade e pureza original, não sendo derivada de histórias fantásticas, mas de revelação divina. A antiguidade destes relatos deduz a existência de um relato original de onde todos vieram. O passar dos anos acrescentou detalhes próprios a aos relatos de cada povo diferente. Tudo isso dá a entender a veracidade de Gn 2. 7. 

2. Imagem e semelhança de Deus. A consciência do homem e seu sentido religioso, a superioridade sobre a criação, sua natureza intelectual, sua criatividade, autoconsciência, reflexão, imaginação, aspirações, sentimentos e emoções faz dele alguém que se pareça moralmente, racionalmente, espiritualmente e pessoalmente com Deus. Não é uma semelhança física e sim uma semelhança psicológica. Seria necessário que o ser humano fosse um ser espiritual racional para que pudesse estabelecer comunhão com o criador, reconhecendo e entendendo sua revelação, conforme deferimos de Gn 1. 26. 

3. Coroa da criação divina. Estudos mostram que o ser humano em sua complexidade e valor pessoal superam as expectativas.Antes se pensava que a constituição humana em seus componentes químicos valia cerca de 98 centavos de dólar, quando um certo cientista fez uma pesquisa mais séria e constatou que as substancias químicas encontradas no homem, algumas raras, totalizam o valor de 8 milhões de dólares, cerca de mais de 24 milhões de Reais. Fora isso o homem é um ser espiritual ao qual foi dado o direito de entrada no céu. Deus tem um plano para cada ser humano, um plano especial e individual. Se fisicamente e quimicamente o homem vale mais que 24 milhões de Reais, imagine espiritualmente, já que Jesus derramou seu sangue, mais precioso que prata e ouro que se consomem, para conceder a redenção! 

II. A CRIAÇÃO DO HOMEM
     A criação do homem, e não sua evolução, é apoiada não somente pela Bíblia, mas também pela ciência. Como mostramos acima, vários ramos do conhecimento científico acumulam fartas evidências que corroboram o argumento bíblico da iniciativa divina na origem do universo e da vida, principalmente da vida humana. As evidências científicas que descartam os postulados evolucionistas têm apenas uma explicação para suas implicações: Deus é o Criador de tudo, inclusive do homem, que é sua criação mais preciosa. No tópico anterior vimos os argumentos científicos que confirmam os dados bíblicos, agora, deste presente tópico em diante, analisaremos o que a teologia bíblica fala a respeito do homem, coroa da criação de Deus. 

1. O pacto solene da criação do homem. Mostra-nos a Palavra de Deus que ao ter sido criado, o homem recebeu algumas responsabilidades. Esta foi a primeira aliança mencionada na Bíblia, celebrada entre o Criador e a criatura, chamada pelos dispensacionalistas de aliança edênica, firmada em plena dispensação da inocência. As responsabilidades do homem são alistadas em Gn 1. 26; 2. 15, 17 as quais são: (1) cuidar do jardim; (2) povoar a terra; (3) dominar sobre todos os outros seres criados; (4) não comer do fruto proibido. Quando o homem pecou, a aliança edênica foi quebrada e a dispensação da inocência findou-se, dando lugar à dispensação da consciência, onde vigorava a aliança adâmica. 

2. A criação do homem foi um ato criativo. Depois de termos mostrado que os dados geológicos comprovam que o homem apareceu repentinamente no cenário da vida, vale ressaltarmos que em Gn 1. 26, 27 e 2. 7 aparecem três palavras hebraicas importantes para o bom entendimento do método divino empregado na criação do homem. Estas palavra são: (1) bara (com o sentido teológico de “criar do nada”, relacionado à alma humana); (2) ‘asah (traduzido como “fazer” em Gn 1. 26, com referência à formação do homem de um material pré-existente, isto é, do pó da terra, como mostra Gn 2. 7) e (3) yatsah, traduzido como “formar” em Gn 2. 7, onde se diz que o corpo do homem foi tirado do pó da terra, enquanto sua vida veio diretamente de Deus, através de seu sopro de vida. Concluímos, portanto que a origem do homem, pelos dados tanto científicos como bíblicos, confirma-se ter se derivado da ação direta de Deus.

III. OBJETIVOS DA CRIAÇÃO DO HOMEM
     O homem foi criado com um objetivo. Contrariamente o que pensam os defensores do darwinismo e os céticos ateus, não foi o acaso que originou o ser humano, bem como o homem não é um ser que não tenha razão para existir. Veremos que a razão do homem existir e a fonte da sua existência é o mesmo lugar onde ele encontra plena realização e felicidade: Em Deus. Vejamos então o objetivo da criação do homem. 

1. Glorificar o nome de Deus. Mesmo sendo coroa da criação, o homem não deixaria de ser servo do Criador. Seu dever seria obedecê-lO, servi-lO, amá-lO e adorá-lO. Não era difícil pedir isto ao primeiro homem, visto que antes de pecar, estas atitudes eram naturais a ele com relação ao seu Criador, visto que mantinha com Deus uma comunhão perfeita. Após o pecado do homem, os deveres de amar a Deus transformaram-se em mandamentos impostos para os que quisessem reatar esta comunhão perdida. 

2. Cultivar a terra. Hoje muitas vidas estão ameaçadas e muitos desastres naturais acontecem devido ao descuido do ser humano com relação á terra. Diz-nos a Palavra de Deus que o primeiro pecado subjugou a criação à vaidade e à maldição, trazendo conseqüências nefastas ao homem. Desde então a natureza vem sofrendo “gemendo” pela ansiosa esperança que chegue logo o dia em que Deus faça “novos céus e nova terra”. O homem deve tomar consciência de que o que ele fizer á natureza, estará atingindo a si mesmo. 

3. Reinar, em nome de Deus, sobre a criação. A capacidade humana sobre os outros seres vivos dispensa comentários. A presteza humana é capaz de fazê-lo domar os animais mais selvagens e controlar os animais mais fortes.

IV. UNIDADE RACIAL DO HOMEM
     Vários cientistas sugerem que o ser humano surgiu de vários troncos independentes uns dos outros, a esta teoria deu-se o nome de poligenismo. Isto, na verdade contraria os informes bíblicos de que a humanidade veio de um único casal original. Esta tese é chamada de nomogenismo, sendo outro forte argumento para a confirmação da verdade criacionista de que todos os homens descendem de um ser original ou um casal, de acordo com a Palavra de Deus. 

1. O monogenismo bíblico. O monogenismo bíblico é apoiado não somente pela Bíblia (Gn 3. 20; 9. 19; Ml 2. 10; At 17. 26; Rm 5. 12), mas também pela ciência. Eis seus argumentos: (A) O argumento Histórico-geográfico. A maioria dos especialistas concorda com a possibilidade de que o primeiro “habitat” humano tenha sido entre o extremo da África oriental superior e a Ásia central, de onde os seres humanos se espalharam para o resto do mundo. Este local é o mesmo onde coincidentemente os estudiosos da Bíblia afirmam ter ocorrido a confusão das línguas em Babel e a conseqüente dispersão pelo mundo. Babel depois foi chamada de Caldéia, Mesopotâmia, e agora, ela é a atual região onde situa-se parte do Iraque, antes conhecida como Babilônia. (B) Argumento antropológico. Os antropólogos mostram que vários povos trazem em suas culturas tradições antigas sobre a origem da humanidade por um único casal; (C) Argumento arqueológico. Encontram-se fósseis humanos diferentes uns dos outros em localidades bem distantes entre si, mas no mesmo período geológico. Isto evidencia que nesta determinada era já existia seres humanos de raças diferentes, mas de uma mesma derivação, pois eram de uma mesma camada geológica; (D) Argumento biológico. Verifica-se entre os seres humanos alta homogeneidade na estrutura somática (do corpo, dos órgãos e do sistema fisiológico), mesmo em pessoas que são diferentes nos seus tipos raciais. Este argumento ainda é fortalecido pelo fato que estas espécies possuem uma eugenese perfeita, isto é, a possibilidade de cópula fecunda entre indivíduos das mais diferentes raças; (E) Argumento sociológico. As sociedades e o relacionamento social verifica-se um tanto parecido nas diferentes culturas de hoje e de antigamente. Os fósseis mostram que os instrumentos usados por diversos povos do passado eram bastante similares, mesmo entre povos separados não só pela distancia, mas pelo próprio tempo; (F) Argumento psicológico. Por mais que se diferencie a cultura ou a língua falada pelas diversas raças humanas, os sentimentos e as emoções têm uma raiz comum, são motivadas pelos mesmos fatores e compartilham das mesmas reações. 

2. A variedade lingüística revela unidade. O argumento filológico da monogenia da raça humana é um dos mais importantes argumentos, dentre os que vimos acima, que provam a unidade da raça humana. Muitos usam a verdade de que muitas das nações possuem línguas diferentes porque procederam de origens diferentes umas das outras. No entanto a variedade lingüística mostra unidade. Segundo alguns filólogos, as línguas indo-européias comparadas com as do Extremo Oriente ou com as dos aborígines americanos e africanos, não oferecem muitas evidências de uma origem comum. Outros, como Max Muller, afirmam que asseguraram uma origem comum sim, acrescentando que toda língua passou em sua origem por três fases: monossilábica, aglutinada e flexionável. É muito provável que a primeira escritura fosse pictográfica e a primeira linguagem fosse onomatopéica. Assim, a filologia comparativa evidencia que as línguas mais importantes tem sua origem comum na Mesopotâmia (FILHO, Tácito da Gama Leite. O Homem em Três Tempos. CPAD. Págs 32-4 ).

V. A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM
    O debate teológico sobre a natureza humana tem girado em torno da dicotomia (corpo e alma) e da tricotomia (espírito, alma e corpo). Defenderemos a posição tricotômica.

1. Espírito. Os teólogos dicótomos não diferenciam a alma do espírito, considerando uma só parte essencial do ser humano. No entanto, entendemos que a Bíblia mostra certa diferença entre alma e espírito. Vejamos: 

(A) Se alma e espírito fossem a mesma coisa, não haveria diferença entre o ser humano e os animais irracionais. Ninguém nunca viu o mais inteligente chipanzé praticar o mínimo ato de adoração, bem como é sabido que um abismo de diferença separa a inteligência e consciência humana do instinto e intuição animal. Os animais têm alma, mas não espírito consciente, como no caso do homem. 

(B) Os estudiosos tricótomos afirmam que, enquanto a alma se relaciona com o corpo através dos sentidos, de tal forma que pode representar o próprio indivíduo, o espírito se relaciona com Deus, dotando o homem de caráter racional e senso religioso, coisa que os animais não possuem. 

(C) Aparentemente alma e espírito são mencionadas nas escrituras como sendo sinônimas, mas esta impressão é apenas aparente, pois a Bíblia diferencia alma do espírito. 

    É o caso do que Jesus disse em Jo 10. 11 que dá sua vida (grego: psyquê, traduzido literalmente como “alma”) pelas suas ovelhas, ou seja sua vida fica no lugar de suas ovelhas, é dada em lugar da de suas ovelhas, enquanto que em Lc 23. 46, Jesus brada da cruz, entregando nas mãos do Pai o seu espírito (do grego pneuma). Note a diferença: se a alma fica pelas ovelhas no lugar das ovelhas e o espírito é dado ao Pai como podem ser a mesma coisa? Como se explica uma mesma coisa com destinos diferentes? 

     Ainda vemos a diferença entre alma e espírito nas passagens de Jó 12. 10; 27. 3; 34. 14, 15 que são aqui usadas como “sinômimos”, mas isto se dá pelo fato de que na morte, a parte material (o corpo) se separa da parte imaterial (alma e espírito) do homem. Estando alma e espírito separados do corpo, que é a parte material, não se separam a alma do espírito, por serem da mesma natureza espiritual, mesmo de essências diferentes, que somente Deus e sua Palavra pode discernir (Jr 17. 10; 1Ts 5. 23), é por isso que são sempre mencionadas juntas, para ressaltar a parte racional e religiosa do ser humano, de natureza sentimental e imaterial (Gn 6. 17; Sl 104. 29; Sl 146. 4; Is 26. 9). 

     Temos também o texto de Hb 4. 12, que diz que a alma e o espírito são divididos (ou separados, no grego literal), sendo assim feito o discernimento entre “pensamentos e intenções do coração” que são atribuições da parte espiritual humana, como vemos também em Mt 22. 37. Uma indicação clara de que alma e espírito são constituintes diferentes de uma mesma natureza imaterial, constituinte do homem. 

2. Alma. Diz a Bíblia, que o homem foi feito “alma vivente” (Gn 2. 7). Dizem os dicotomistas e algumas seitas que o próprio ser humano é uma alma, mas isso é um erro, pelo fato de que, quando nos referimos a “homem”, temos a idéia de um ser humano integral constituído de corpo material, além da alma, pensamento que não fica muito bem definido se chamarmos o homem de “alma”, visto que “alma” é apenas uma parte que o homem possui, sendo ela de natureza imaterial. O homem pode ser chamado de “alma”, mas não é somente alma (pois tem também um corpo material). Quando a Bíblia o chama de “alma vivente” quer dizer que o homem passou a viver quando Deus soprou vida em suas narinas. Ele então passou a ser um “ser vivente”. 

3. Corpo. 1Co 15. 39 diz que “Nem toda carne é uma mesma carne; mas uma é a carne dos homens, e outra, a carne dos animais, e outra, a dos peixes, e outra, a das aves”. Uma prova científica de que os seres vivos não se derivaram de outras formas de vida menos complexas, pois se não fosse assim, seria mostrado que todas as diferentes espécies teriam o mesmo tipo de constituição física, isto é, o mesmo tipo de “carne”. Isto corresponde com o que diz Gn 1. 20-26, que cada ser vivo foi criado já com suas diferenças básicas por ter cada um ter sido criado “segundo a sua espécie”. 

     Diz-nos a Bíblia que o homem foi feito do pó da terra (Gn 2. 7). Em abril de 1985, a professora Leyla Coyne, pesquisadora da NASA (Agência Espacial dos Estados Unidos) e docente da Universidade de San José, na Califórnia, surpreendeu o mundo científico com a afirmação de que a vida humana na Terra começou em estratos de uma argila muito fina e branca, o caulim, usado na indústria como branqueador e papel e isolante térmico. ‘Avançamos muito nesse terreno’, disse a pesquisadora. ‘Falta-nos a prova definitiva mas já conseguimos o bastante para sabermos que estamos no caminho certo’, acrescentou a doutora Coyne. ‘Se tivesse de apostar numa resposta, ficaria com a teoria da argila’, escreveu o astrônomo americano Carl Sagan, autor do Best-seller Cosmos. ‘A argila pode ser comparada à uma fábrica de vida’ , acrescentou em Glasgow, na Escócia, o bioquímico Graham Cairns-Smith. Esta citação é extraída da revista Veja. Editora Abril, maio de 1986, e está no livro “As Grandes Doutrinas da Bíblia”, de Raimundo Ferreira de Oliveira, pág. 155, CPAD). O mesmo livro traz o seguinte informe, na página 158: “Um homem pesando cerca de 76 quilos é constituído de 44 quilos de oxigênio, 7 de hidrogênio, 173 gramas de azoto, 600 gramas de cloro, 100 gramas de enxofre, o suficiente para matar as pulgas de três cães de tamanho médio; 1.700 gramas de cálcio, 800 gramas de potássio, 50 gramas de ferro, o suficiente para fazer 5 pregos travessais; gordura suficiente para 7 barras de sabão, açúcar suficiente para 7 xícaras de chá, fósforo o suficiente para fazer 2.000 palitos, magnésio suficiente para uma dose de sais e cal o suficiente para pintar 20 metros de parede”. Em outras palavras, o homem foi mesmo tirado do pó da terra, visto que sua composição física revela 13 dos elementos encontrados na tabela periódica, sendo 8 sólidos e 5 gasosos. 

VI. O FUTURO GLORIOSO DO HOMEM EM CRISTO
     Este futuro tem a ver com a posição do salvo em Cristo, posição esta que cada remido santificado desfruta agora. 

1. Filho de Deus. A Bíblia afirma que quem está em cristo é nova criatura. Adão é chamado filho de Deus na genealogia de Jesus Cristo (Lc 3. 38) após pecar o homem foi chamado de “filho da desobediência” (Cl 3. 6), mas em Cristo temos o privilégio de sermos novamente feitos “filhos de Deus” (Jo 1. 12; 1Jo 3. 1). 

2. Co-herdeiro de Cristo. Como co-herdeiros de Cristo, seremos participantes, como o próprio Jesus foi, da glória e da promessa divina, pelo evangelho (Rm 8. 17; Ef 3. 6). 

3. Templo do Espírito Santo. 1Co 6. 19 e todo o capítulo 15 do mesmo livro nos ensina que Deus não quer remir somente a parte espiritual (alma e espírito) mas também remir o corpo (Rm 8. 23). 

4. A glorificação final. Ef 1. 13, 14 diz que o espírito que habita em nós nos dá a certeza da glória final, e que esta glória é para o louvor de Deus. Nosso corpo glorificado será imune á morte, como nos mostra 1Co 15. 50-57.
CONCLUSÃO
     Nossa maior esperança é nos encontrarmos com o nosso Criador. Neste dia vamos nos conhecer tão bem como Ele nos conhece (1Co 13. 12), pois como Ele é, seremos (1Jo 3. 1-3). 

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Pedro M. A. Júnior   MSN: jcservo@hotmail.com    TWITTER: @jcservo
 

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