EBD: Lição 4 - A Oração no Novo Testamento



   TEXTO ÁUREO:  “Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar(1Ts 5. 16, 17).

VERDADE PRÁTICA: A oração em o Novo Testamento tem como padrão a fé, a intensidade e a perseverança.


     A importância da oração que é definida no Antigo Testamento é ressaltada e reforçada no Novo. A igreja deve ser um organismo que vive e respira pela oração. Deve portanto neste particular, como em tantos outros, imitar a vida do seu mestre Jesus Cristo - nosso maior exemplo de uma vida dedicada à oração.
     Na presente lição analisaremos a oração do ponto de vista dos ensinos do Novo Testamento e a prática da igreja primitiva.

I. A ORAÇÃO NO INÍCIO DA IGREJA

     Ates de ser formada como igreja no dia de pentecostes, o ministério terreno de Cristo, com sua consequente morte na cruz, trouxe as bases da doutrina e da prática da igreja. Após Jesus ascender ao céu, conta-nos a Bíblia que a igreja passou a reunir-se em oração (At 1. 12, 14), colocando em prática as exortações e ensinamentos de Cristo sobre tal assunto (Mc 13. 33; 14. 38).

      1. Jesus volta ao céu. O ministério de oração da igreja iniciou-se com a Ascenção de Cristo, pois, como Ele mesmo falou: “convém que eu vá; porque, se eu não  for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei” (Jo 16. 7). A vinda de Cristo na terra teve o objetivo de anunciar o Reino de Deus e trazer a redenção pelo sangue derramado na Cruz (Gl 4. 4, 5). Na Cruz Cristo bradou “Está consumado!” (Jo 19. 30). Isto quer dizer que com sua morte, o  seu ministério terreno teria fim, pois Ele ressuscitaria após três dias e subiria ao Pai. Com a subida de Cristo ao céu, outro ministério começa: O seu ministério de intercessão. A Bíblia diz que Cristo é nosso Sumo sacerdote, que assentou-se à direita do Pai, e intercede por nós a Deus  (Hb 7. 25; 8. 1-6). Sim, temos o Consolador  que nos fortalece na terra (o Espírito Santo) e um advogado que intervém em nosso favor no céu (Jesus Cristo)! O Espírito Santo nos ajuda a orar e Jesus Cristo pede ao Pai que ouça as orações que o agradam (1Tm 2. 5).

      2. A primeira reunião de oração. Em obediência à ordem de Cristo a igreja passou a reunir-se periodicamente em oração, possivelmente na expectativa e espera do cumprimento da promessa do derramamento e da chegada do Espírito Santo (At 1. 9-14).

     É interessante notarmos que possivelmente estas reuniões fossem compostas por cerca de quinhentos irmãos, pois foi este o número de discípulos que estavam presentes no monte onde, após a ressurreição, Jesus apareceu e ordenou ficarem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder (1Co 15. 6) e então após dizer isso foi visto por todos eles subindo de volta aos céus (At 1. 10-12).

     Diz a Bíblia que Jesus passou quarenta dias na terra, depois que ressuscitou (At 1. 3). Dos quarenta dias que Jesus passou e depois subiu ao céu, até o dia de Pentecostes, quando veio o Espírito Santo, contamos mais dez dias (da páscoa, quando Jesus morreu, cinquenta dias depois era celebrada a festa do Pentecostes, daí vem seu nome, de “cinquenta”, Lv 23. 15, 16). A Bíblia diz que no dia de Pentecostes, quando os discípulos estavam orando e veio o poder do Espírito, no cenáculo haviam cento e vinte discípulos (At 1. 15). Isto quer dizer que dos quinhentos irmãos e irmãs que começaram a orar, trezentos e oitenta desistiram, em apenas dez dias de oração! 

     Após a vinda do Espírito a igreja recebeu poder para orar e perseverar na oração vitoriosamente.

      3. Oração ante a perseguição. Após ser capacitada pelo derramamento do Espírito Santo, a igreja deu início à sua missão evangelística de testemunhar o evangelho até os confins da terra. Foi aí que começaram as perseguições. As autoridades ordenavam a eles que não mais pregassem o evangelho. O partido dos fariseus por vezes perseguiram a igreja. Pedro foi preso com Tiago. Tiago foi morto e era a vez de Pedro morrer no dia seguinte, mas fala-nos a Bíblia que “a igreja fazia contínua oração por ele a Deus” (At 12. 5). A oração da igreja garantiu a libertação de Pedro. Notemos que é dito que a oração da igreja em favor de Pedro tinha certas características importantes: (A) Era uma oração unânime, pois todos oravam e com um só objetivo; (B) Era perseverante, pois eles oravam continuamente; (C) Era intercessória, pois oravam a favor de Pedro, pedindo ao Senhor sua libertação, e (D) Era uma oração que tinha endereço certo, pois a Bíblia diz que eles oravam a Deus e a ninguém mais.

PARE E PENSE: Depois que a igreja foi inaugurada com o derramamento do Espírito, a capacitação do céu para realizar a obra de Deus foi-lhe dada. Esta obra refere-se ao anuncio do evangelho, mas também diz respeito à oração. Você tem o poder do Espírito em suas orações? O poder do Espírito em nossas orações nos dá ousadia para pedir a manifestação de mais do poder de Deus. Quem ora com poder nunca vai ter orações ineficazes, rotineiras e frias, mas sempre perseverantes, sempre vitoriosas.

II. PRINCÍPIOS DA ORAÇÃO CONGREGACIONAL

     O exemplo da igreja primitiva orando em conjunto seja buscando poder, seja intercedendo por outros, motiva-nos a ter mais dedicação nas nossas orações coletivas feitas no templo ou na nossa congregação, também chamada de oração congregacional. Deste exemplo podemos tirar as seguintes lições:

      1. O crescimento da obra de Deus. A evangelização contribui sem dúvida para o crescimento em número da igreja. Uma igreja com muitos membros é bom, mas é a oração que faz a igreja crescer em qualidade. Uma igreja espiritual e santa, mesmo que tenha pouco número de crentes tem mais condições de agradar a Deus do que uma igreja lotada de crentes carnais e imaturos. Como igreja devemos orar para o crescimento e desenvolvimento da obra de Deus, o avanço missionário bem como o crescimento interno da igreja em santidade e maturidade doutrinária.

      2. Outras necessidades. Devemos sempre orar tendo em vista o progresso espiritual da igreja como um todo. Muitas são as necessidades da igreja nestes tempos de pós-modernismo onde impera o relativismo moral. A igreja tem que estar vigilante, perseverando em oração para não ser enganada pelos modismos e vãs filosofias atuais. Deve a igreja ocupar-se um pouco mais com a assistência social, o cuidado com os novos convertidos, a manutenção da sã doutrina, a santificação e o preparo para a Segunda Vinda de Cristo. Isto só é possível pela oração em conjunto, ou congregacional.

      3. A oração dos líderes. A igreja enfrenta vários outros problemas que só podem ser resolvidos pela oração. É na oração que os líderes espirituais recebem de Deus a direção para resolverem problemas existentes em sua igreja. Os avivamentos que animam certos setores das igrejas ou mesmo a igreja como um todo nascem da preocupação com o bem-estar espiritual da igreja por parte dos líderes, o que faz eles orarem pedindo a solução. Certos projetos que nascem na igreja e ganham um certo impacto social também são resultados de oração. O avivamento sempre começa do púlpito para o restante dos membros.

PARE E PENSE: A igreja não é apenas uma instituição espiritual. É também uma instituição que deve estar inserida na sociedade e como tal, infuenciá-la. Muitos líderes recorrem a advogados humanos para resolverem problemas que seriam resolvidos buscando a orientação de Deus para não cair no escândalo. A oração é a melhor forma de resolver problemas eclesiásticos, além da doutrinação com ensinamentos puros.

 III. O APÓSTOLO PAULO E A ORAÇÃO

     Saulo era um dos fariseus que aterrorizava a igreja, prendendo cristãos e forçando-os a negarem a Cristo, e até matando-os ou sendo cumplice da sua morte, como no caso de Estêvão. Sua conversão foi uma grandiosa estratégia de Deus pala levar seu evangelho mais longe. E Saulo se transformou em Paulo, o maior teólogo da igreja, depois de Jesus Cristo.

      1. As revelações do Senhor. Conta-nos o próprio Paulo que as revelações que recebia de Deus trouxeram-lhe como consequência um espinho na carne e este espinho na carne o fazia orar. Deus  o consolou dizendo-lhe que Paulo só precisava de Sua graça pra vencer tudo (2Co 12. 7-10). Paulo então continuou orando e percebeu que aquele espinho na carne era para o seu bem, para que ele não se exaltasse pelas revelações, mas sempre se lembrasse da sua dependência de Deus. Paulo orava no inicio da sua vida cristã até o fim. Isto trouxe-lhe várias experiências espirituais e amadurecimento da fé.

     2. O zelo de Paulo pela ordem da igreja. Não somente os escritos de Paulo a Timóteo e Tito e suas cartas às igrejas demonstram a preocupação e o cuidado de Paulo pela obra de Deus. Também suas orações, registradas em Rm 1. 8-12; Ef 1. 16-19; 3. 14-19; Fp 1. 3-9; Cl 1. 3-12 mostram que a intercessão pela igreja de Cristo tinha para Paulo um lugar importante em suas orações .

      3. Paulo e a oração. Nas orações de Paulo podemos perceber bem quais suas maiores preocupações. Além de ele sempre pedir oração ao seu favor (Rm 15. 30; Ef 6.18-20; 1Ts 5. 25), também incentivava a igreja a ser um povo de oração (Ef 6. 10; 1Ts 5. 17). Em suas orações ele pedia a Deus para que a igreja:

(A) Tenha mútua edificação (Rm 1. 8-12);

(B) Reconheça seus privilégios como povo de Deus e prossiga em conhecê-lO (Ef 1. 16-19);

(C) Tenha Cristo habitando nos crentes e todos sejam cheios do poder do Espírito (Ef 3. 14-19);

(D) Tenha um aperfeiçoamento contínuo (Fp 1. 3-9);

PARE E PENSE: Você se preocupa com a igreja como um todo ou só ora por si mesmo? Quais suas preocupações na oração, quando intercede pela igreja? Saiba que a resposta às suas orações podem começar por você mesmo.

CONCLUSÃO

     Os moldes de toda e qualquer prática da igreja estão pautados na Bíblia. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento vemos a importância que a oração tem. Na próxima lição veremos a maneira pela qual Jesus nos ensinou a orar. Ele é nosso maior exemplo de perseverança na oração e de submissão à vontade do Pai (Jo 6. 38; 8. 29; 11. 41, 42; 17. 4).

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO

1. Até que ponto suas orações são de acordo com os moldes do Novo Testamento?

2. Você realmente persevera em oração? Qual a profundidade e intensidade nas suas orações?

3. Você acha que a igreja dos tempos atuais tem uma vida de oração parecida ou diferente com a 
da igreja primitiva? Justifique sua resposta.

4. Para você que diferença faz uma vida de oração para o crente?

5. Você sempre ora por seus líderes e por sua igreja? Sempre participa das reuniões de oração da sua igreja?

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Boa aula!
Pedro M. A. Júnior. 

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