EBD: Lição 2 – A Oração no Antigo Testamento



Texto-áureo: “Então, os sacerdotes e os levitas se levantaram e abençoaram o povo; e a sua voz foi ouvida, porque a sua oração chegou até à sua santa habitação, aos céus” (2Cr 30. 27).

Verdade Prática: Assim como hoje, a oração no Antigo Testamento era um canal permanente de comunicação entre Deus e o seu povo.

     Deus criou-nos como seres racionais (Gn 1. 26) para que pudéssemos estabelecer uma ligação com Ele e Ele conosco por entendermos sua forma de se comunicar. Esta comunicação divina para com o homem chama-se revelação (Jó 33. 14, 15), enquanto que a comunicação do homem para com Deus chama-se oração conforme pudemos estudar na lição anterior. 

     Aqui veremos o conceito veterotestamentário da oração, Tanto no Pentateuco, como nos livros proféticos e nos livros poéticos, de forma resumida.


I.  A ORAÇÃO NO PENTATEUCO

     Neste período podemos notar o desenvolvimento natural da prática da oração. Seu surgimento remonta à criação do homem. Adão comunicava-se com Deus de forma natural, antes do pecado estragar esta comunhão (Ec 7. 9).

     A primeira comunicação entre Deus e o homem, conforme registrada em Gênesis mostra Deus falando com o homem logo após tê-lo criado (Gn 1.26-30, veja também 2. 7-9, 15-17). Estes trechos dão a entender que logo após ter criado o homem, Deus revelou-se a ele, e esclareceu e definiu o papel de servo do homem, ao contar-lhe de seus privilégios, ao dar-lhe ordens e ao colocá-lo no lugar que lhe preparou.

     Alguns estudiosos afirmam que Adão e Eva tinham, no seu estado de inocência (antes da queda), a capacidade de verem e ouvirem fisicamente a Deus. Sempre Deus visitava-os na virada do dia (pela tarde, perto do anoitecer). Pois quando o homem pecou, tentou esconder-se de Deus como se esconde de alguém que se pode ver, alguém que pode ser visto fisicamente, como se tivesse carne e osso (Gn 3. 6-10). Adão e Eva foram expulsos do jardim e não puderam mais ver a face de Deus (Gn 3. 23, 24; Cf., Êx 33. 20; Jo 1. 18; 1Tm 6. 16). É interessante notarmos que uma das consequências e promessas da salvação em Cristo é exatamente ter novamente a comunhão com Deus de tal forma restaurada que possamos ver a Deus como Adão via antes de pecar (Ap 22. 3, 4; Cf., Is 40. 5; Mt 5. 8; Hb 12. 14; 1Jo 3. 2, 3).

     Com o pecado de Adão, a comunhão do homem com Deus foi prejudicada, e a humanidade foi multiplicando-se estando separada de Deus. No entanto, houve homens que se utilizaram do conhecimento de Deus e estabeleceram um elo de comunhão com o Criador, como foi o caso de Enoque, que foi contemporâneo de Adão por cerca de 308 anos.

     Mas temos que ver antes de tudo que Enos foi o antepassado de Enoque, pela descendência piedosa de Sete (Gn 5. 3-24). Este é o Enos cujo o relato em Gn 4. 26 afirma que foi a partir da sua época que os homens passaram a invocar o nome do Senhor. O texto da Bíblia de Jerusalém  diz que Enos foi “o primeiro a invocar o nome de Iahveh”, talvez querendo dizer que o culto a Deus, liturgicamente falando, tornou-se mais organizado no tempo de Enos. No entanto existem tradições judaicas que dizem que foi a partir de Enos que os homens passaram a se chamar pelo nome do Senhor (sinal de posse, Jr 14. 9; 15. 16; Dn 9. 18, 19), separando-se da descendência ímpia de Caim, que foi chamada de “os filhos dos homens”, enquanto a descendência piedosa de Sete foi chamada de “filhos de Deus” (Ver Gn 6. 2, que conta a degradação generalizada do ser humano, quando a linhagem piedosa de Sete se misturou com a descendência ímpia de Caim, o que contribuiu para o aumento da maldade e o consequente castigo do dilúvio).

     Vejamos agora a oração em outros períodos da história de Israel no Pentateuco.

   1.  A oração durante o êxodo de Israel. Durante o período do Êxodo, o povo de Israel teve uma definição melhor da liturgia do seu culto. Deus seria o Senhor e dono de Israel por tê-lo remido do Egito, ao atender suas orações pedindo socorro. No livro de Levítico, temos a descrição das cerimônias e a institucionalização do culto a Deus, mas isto não significa que eram somente os sacerdotes que oravam e se consagravam a Deus. O  adorador, que trazia o sacrifício ao sacerdote, também participava ativamente das cerimônias. Existe até mesmo um modelo de oração no Antigo Testamento, ligada ao ato de ofertar a Deus, em Dt 26.

     As orações não ficavam presas simplesmente às cerimônias. Existem exemplos de intercessões (Gn 18. 17-33; Êx 32. 30-33), de busca de maior comunhão com Deus (Êx 33. 1-18), etc.

   2.  A gratidão de Israel a Deus. Deus requeria isso de Israel. A gratidão pela libertação motivaria orações de ação de graças a Deus por parte de Israel e faria com que Israel servisse a Deus de bom grado, como está pedido de nós, em Hb 12. 28, versão da Bíblia Viva: “Visto que nós temos um reino que nada pode destruir, agrademos a Deus servindo-O com corações gratos, e com santo temor e reverência”.

   3.  O esquecimento e a ingratidão de Israel. Israel era um povo semelhante a crianças mimadas. Ingratos que eram, faziam a ira de Deus arder em todo o tempo, até que Deus os castigou. Nunca devemos nos esquecer dos benefícios do Senhor.

II. A ORAÇÃO E OS PROFETAS
     Os profetas desempenharam um papel preponderante no ministério da oração. Temos o caso de Isaías em especial (Is 37-38).

   1.  A oração como fator decisivo no ministério proféticos. O profeta Daniel orou por perdão e por avivamento (Dn 9.5-8, 11, 13, 15). Habacuque também (Hc 3.2).

  2.  O profeta Elias. Fez parar de chover e depois orou e choveu. Ele é grande exemplo de fé (Tg 5. 17, 18).

  3.  O profeta Eliseu. Fez mais milagres que Elias, com porção dobrada do espírito de Elias (2Rs 2. 9, 14).

III. OS LIVROS POÉTICOS E A ORAÇÃO

     Os livros poéticos enfatizam muito o anseio da alma humana pela presença de Deus.

  1.  Jó.  No livro de Jó vemos orações que mostram o anelo pela presença de Deus e sua justiça 23. 1-10; 8. 5, 6. Jó venceu orando, do começo ao fim (Jó 42. 10).

  2.  Salmos. Enquanto em Salmos podemos ver as características da boa oração, aquela que Deus atende (Sl 51. 17), em Provérbios vemos algumas coisas que atrapalham a oração (Pv 1. 24-28; 21. 13; 28.9).

  3.  A experiência de Asafe. O salmo 73 sem dívida é belo. Asafe e foi um dos principais coristas do tempo de Davi. Nem todos os salmos deste grupo de onze podem ser atribuídos ao período do reinado de Davi, e é muito provável que Asafe tenha fundado uma escola particular de composição de salmos (2Cr 29.30).
CONCLUSÃO

     A oração deve ser a marca do crente como é para o judeu. Devemos orar para expressar a Deus nossos problemas, nossas limitações, confessar nossos pecados e principalmente, pedir para vermos um pouco mais da sua glória.

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     Boa aula.
Pedro M. A. Júnior TWITTER: @jcservo    MSN: cservo@hotmail.com

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